Maiores aportes em renda variável, em títulos de crédito privado e também em fundos de private equity, que compram participação em empresas, estão entre os planos desses grandes investidores brasileiros. Essas são algumas das conclusões de uma pesquisa inédita por sua abrangência, organizada pela Associação Brasileira das Entidades Fechadas de Previdência Complementar (Abrapp).Em um trabalho que durou pouco mais de três meses, os gestores de 120 fundos de pensão revelaram como pretendem enfrentar o desafio de cumprir as metas atuariais em um ambiente de rentabilidade menor. Juntas, as fundações ouvidas na pesquisa administram aproximadamente 81% do total dos ativos do setor.
Segundo a Abrapp, em junho, os fundos reuniam patrimônio de R$ 620 bilhões. Na pesquisa, mais da metade dos gestores respondeu que pretende aumentar a alocação em renda variável nos próximos 12 meses. Atualmente, a participação dessa classe de ativo não chega a 40% do total dos recursos geridos pelos fundos de pensão com benefício definido. Quando observados os fundos com contribuição definida ou variável, a renda variável se faz ainda menos presente. Em média, 14,9% dos recursos estão nessa modalidade.
Para Carlos Garcia, sócio da Itajubá Investimentos, gestora voltada para clientes institucionais, a mudança nos planos dos gestores é emblemática. Mostra a preocupação com o cumprimento das metas atuariais e uma rápida correção de rota. “A resposta dos fundos ao novo patamar dos juros no Brasil veio de forma muito rápida, na minha opinião. No mercado americano, a resposta levou mais tempo”, afirma Garcia, um dos coordenadores da pesquisa da Abrapp.
Uma mudança que deve acontecer nessa fatia de renda fixa é a característica dos títulos. Atualmente, 80% dos recursos estão em papéis públicos. Nos próximos meses, 33,3% dos gestores dos planos de contribuição definida ou variável pretendem reduzir a posição que têm no Tesouro Nacional, e 61,3% querem aumentar as aplicações em crédito privado.
Fonte: Valor