Para quem não quer adiar a data de aposentadoria, a caminhada ideal rumo a um futuro confrotável deve reunir um esforço conjunto de diversificação das aplicações financeiras e aumento do esforço mensal de poupança, afirmam especialistas ouvidos pelo Valor.
“não há uma solução única. É preciso combinar as variáveis para conseguir uma renda esperada sem correr muitos riscos”, diz o consultor Mauro Calil.
Isso fica evidente no exemplo do investidor de 50 anos, com reserva de R$ 500 mil, poupança mensal de R$ 1.500 e renda de R$ 10 mil na aposentadoria. Com taxa real de 2%, o dinheiro acaba em nove anos. Se elevar a contribuição mensal para R$ 2.500 e conseguir um juro real de 4%, terá recursos por mais 17 anos.
Essas simulações não levam em conta a aposentadoria pública. Se o indivíduo receber o teto do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), de R$ 4.157,05, teria de conseguir complementar, no exemplo acima, com retiradas mensais R$ 5.843 para atingir a renda mensal de R$ 10 mil. No caso da taxa de juros reais de 2% ao ano, as reservas se esgotariam quando a pessoa tivesse 81,5 anos. A partir daí, contaria apenas com o valor do INSS. Caso consiga um juro real de 4%, esse investido teria renda mensal de R$ 10 mil até os 97 anos.
Mas nem todos conseguirão se aposentar pelo teto do INSS. E há sempre a sombra de uma reforma da previdência pública. “Estamos mudando de um modelo em que o Estado era o responsável pela aposentadoria para um em que o indivíduo responde”, diz Lavínia Martins, sócia da FinPlan. “Recomendo ter três fontes de renda. Além do INSS e da Previdência Complementar, uma reserva financeira própria, capaz de gerar rendimentos periódicos”.
Fonte: Valor