A Espanha está quebrada, assim como outros países europeus, por terem admitido, durante décadas, uma política previdenciária privilegiada para os trabalhadores.
Para corrigir rumos, em 2011, aprovaram uma reforma prevendo um escalonamento da idade mínima da aposentadoria chamada “cheia” passando de 65 anos para 67 anos até 2027. Não foi suficiente para conter a sangria.
É que lá há a chamada aposentadoria antecipada aos 61 anos e, só no ano passado, 42% dos trabalhadores a pediram, a um custo adicional de € 7 bilhões. Resultado: a saída foi também aumentar para 63 anos a idade mínima para esse tipo de aposentadoria.
Agora, amigo, você sabe qual é a idade média das aposentadorias por tempo de contribuição no Brasil? Vai lá: 54 anos. Isso mesmo, 54 anos.
O homem trabalha 35 anos e a mulher 30 anos para terem direito a outros 30, em média, recebendo proventos sem precisar mais trabalhar, pois estamos chegando, em média, aos 84 anos.
Definitivamente, aposentadoria do INSS não pode representar um segundo salário para gente ainda com capacidade de trabalhar.
Olha, privilégio tem preço e ele acaba sendo cobrado. De nós mesmos ou das gerações futuras, de nossos filhos.
A Espanha, hoje, somos nós amanhã.
Fonte: Renato Follador – CBN