Aposentadorias do INSS rendem cada vez menos

Em dez anos, teto de benefício caiu de 10 para 6 salários mínimos.

Por isso, o conselho é planejar o momento de se aposentar.

Quem é aposentado percebe que – no dia a dia – o benefício da Previdência está cada vez rendendo menos. Os benefícios mais altos não acompanham o reajuste do salário mínimo. Por isso, o conselho é planejar o momento da aposentadoria.

Dona Neuza diz que quando se aposentou, há dez anos, o benefício que recebia do INSS correspondia a quase quatro salários mínimos. Hoje, é de R$ 1.200 reais. Não chega nem a dois salários mínimos.

Isso acontece porque há uma diferença nos reajustes da aposentadoria e do salário mínimo.

Os benefícios do INSS são corrigidos anualmente por um indicador de inflação: o INPC – Índice Nacional de Preços ao Consumidor. Já o salário mínimo, além do INPC, tem um ganho real que varia a cada ano.

Veja o que ocorreu na última década. Em 2003, o valor máximo da aposentadoria era de R$ 2.508,72 – que correspondia a 10,45 salários mínimos. Hoje, o teto é de R$ 4.159,00 – ou 6,13 salários mínimos.

“Chega ao ponto que você precisa voltar a trabalhar para ter um complemento de renda que é o meu caso”, diz a aposentada Neuza Maria dos Reis.

Considerando a atual política de reajuste, é certo que benefícios do INSSS como o de Dona Neuza, com o tempo, se desvalorizem em relação ao salário mínimo. Por isso, é preciso atenção na hora de se aposentar. Essa decisão pode pesar, e muito, no valor a receber.

Pode se aposentar, o homem com, no mínimo, 35 anos de contribuição para o INSS e 65 anos de idade. E a mulher, com 30 anos de contribuição e 60 anos de idade.

Se não cumprir um dos dois requisitos, a pessoa está sujeita ao fator previdenciário – um cálculo que afeta o valor do benefício. A redução chega a 33% para quem se aposenta na faixa dos 50 anos, que é a média no Brasil, segundo o Ministério da Previdência.

“Esse benefício é perpétuo. E se ela abre mão desses 30% ela acaba também tendo benefício reduzido até o fim da vida. Então, vale a pena, sim. Se puder esperar é o ideal”, avalia o professor Antonio Baião de Amorim.

Administrador, Felipe já fez os cálculos. Não pretende se aposentar antes dos 65 anos. E para compensar a desvalorização do benefício, já começou a contribuir para uma previdência privada.

“Pelo fato de você se prevenir na sua aposentadoria eu acho que é uma economia que vale a pena”, diz o administrador de empresas Felipe Luan Franco.